segunda-feira, 23 de abril de 2012

Da Série: Tirinhas inteligentes


"Todos os caminhos levam a Roma" é uma frase que nos ajuda a fixar ideias importantes sobre esse conteúdo. Afinal, ela é confirmada pela existência de estradas na Europa e fora dela, que foram contruídas pelos romanos ainda na antiguidade e que são utilizadas até hoje. O expansionismo romano, ou seja, suas conquistas militares eram garantidas por um abastecimento constante das tropas através dessas estradas. O comércio apesar de predominantemente utilizar a via marítima, também era estimulado pela estrutura viária construída ao longo do território romano. E finalmente a frase também explica a afluência de riquezas das províncias e povos conquistados pelos romanos que "alimentavam" o crescimento da Roma Antiga. Assim podemos afirmar que Roma detinha uma centralização política e administrativa, fazendo-se presente não apenas na cidade propriamente dita, mas em todos os territórios dominados pelos romanos (garantindo a afirmação que todos fizeram para Frank & Ernest na tirinha).  

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Grécia & Roma: livro em versão digital

Senhoras e senhores a sua disposição um achado... siga o seguinte link abaixo:


Trata-se do livro digitalizado Grécia & Roma do autor Paulo Funari disponível para download, mas afinal porque ler esse livro?
Ele é jogo rápido (120 páginas) o básico de antiguidade clássica, ou melhor dizendo, o feijão com arroz (não aquele qualquer, mas o com tempero e até caldinho de carne) do conteúdo que estamos estudando ok!?


sexta-feira, 13 de abril de 2012

Duas questões de Grécia da UFRGS

(UFRGS 2002) Numa passagem da Odisséia, Ulisses visita Hades, encontra a sombra de Aquiles e pergunta-lhe como está. A resposta é amarga: mais do que ser rei de todos os mortos, diz Aquiles, “preferia estar acorrentado trabalhando como um thes para outrem, ao lado de um homem sem terra. Neste sentido, a condição social dos thetas, acima mencionada, equivale à dos:
a)      Escravos rurais do período homérico.
b)      Escravos domésticos em Esparta durante o período arcaico.
c)       Homens livres pobres, desvinculados do oikos, durante o período homérico.
d)      Escravos estatais encontrados em Esparta durante o período clássico.
e)      Homens livres pobres encontrados em Tebas durante o período clássico.

(UFRGS 2005) Na Antiguidade Clássica, a Grécia não existia enquanto entidade política. Antes configurava uma comunidade linguística (onde se falava o grego, com variantes e dialetos) que compartilhava santuários e crenças, costumes e hábitos, formando uma civilização. Em termos geográficos, porém, era dividida em um grande número de cidades, de tamanho e importância variados, independentes umas das outras e frequentemente rivais. A propósito das características dessas cidades, considere as seguintes afirmativas.
I – Cada cidade, por constituir um verdadeiro pequeno Estado, possuía um regime político que lhe era próprio e instituições que variavam consideravelmente de uma localidade para outra.
II – Atenas foi, sobretudo na época clássica, a mais destacada das cidades. Seu modelo democrático baseava-se no princípio de isonomia, isto é, dar igualdade de direitos extensiva ao conjunto de seus cidadãos.
III – Em nome da excelência militar e da ação bélica contínua, o regime monárquico espartano concedia a todos seus habitantes o estatuto de cidadão, pelo qual os grupos sociais exerciam em igualdade de condições os direitos e deveres nos assuntos da cidade.
Quais estão corretas:
a)      Apenas I.
b)      Apenas II.
c)       Apenas III.
d)      Apenas I e II.
e)      I, II e III.



Respostas
UFRGS 2002: alternaiva "C" - os thetas eram a classe social dos marginalizados (não escravos) e o período se identifica como Homérico através do enunciado, que afirma tratar-se de uma passagem da Odisséia.

UFRGS 2005: alternativa "D" - "I" está correta tratando da autonomia das cidades-estado gregas. "II" também está correta exaltando a importância de Atenas no período clássico e seu regime democrático, onde todos os cidadãos tinham igualdade de direito, não se trata de todo povo, assim a categoria de cidadãos excluía: mulheres, estrangeiros (metecos) e escravos. "III" é falsa uma vez que cidadão espartano eram apenas os esparciatas, ficando periecos e hilotas (maioria da população) fora dessa categoria.

terça-feira, 10 de abril de 2012

Quando em Esparta...


   “300” é um filme norte-americano baseado na história em quadrinhos homônima de Frank Miller sobre a batalha de Termóplitas, que opôs gregos e persas no conflito mais amplo das Guerras Médicas. Um conflito que na proposta do filme se reduz ao enfrentamento Ocidente x Oriente. Vamos entender por que. O filme foi lançado em 2007, portanto a seis anos do início das incursões militares norte-americanas no Mundo Árabe (Oriente Médio), a invasão do Afeganistão começará em 2001 e a segunda invasão do Iraque em 2003[1]. Assim "300" (com orçamento de 60 milhões de dólares) aparece em forma de defender a presença norte-americana no Oriente. As pressões sobre o governo norte-americano tanto externas quanto internas quanto a legitimidade dos EUA em suas invasões ao Mundo Árabe crescia muito, devido tanto ao fracasso na captura de Osama Bin Laden, quanto a falha em encontrar armas de destruição em massa no Iraque e ligações entre o governo iraquiano e a Al Qaeda (grupo terrorista liderado por Bin Laden, responsável pelos atentados de 11/9 nos EUA). As justificativas do presidente George Bush filho já não encontravam mais acolhidas junto aos norte-americanos e o resto do mundo e as verdadeiras razões, essas econômicas[2], para os conflitos começavam a ficar evidentes.
    O filme cai como uma luva aos interesses dos EUA, mas por quê? “300” coloca claramente os gregos (defensores de um mundo livre) em oposição aos persas (representantes de um mundo escravizador). Ocidente x Oriente... Gregos x Persas... EUA x Mundo Árabe. Dessa forma deturpa a história dos acontecimentos, que resultaram na lenda dos 300 de Esparta. História dos guerreiros, oriundos de uma sociedade militarizada e escravista (portanto difícil de entender a ideia de defensora de um mundo livre) formados na cidade-estado grega de Esparta, que defenderam corajosamente o Mundo Grego (formador das concepções de Ocidente, através de sua cultura humanista e formação do pensamento filosófico) das invasões dos povos persas, sob domínio do rei Xerxes. Os quadrinhos de Frank Miller em que o filme se baseia foram bem concebidos em sua transposição ao cinema, mas o que não podemos deixar de observar é o caráter que o filme quer passar em que o Ocidente representa apenas virtudes e excelências, enquanto o Oriente representa tudo aquilo de mal possível: aberrações, monstros, cobiça, maldade, perversão, dentre muitas outras características negativas que o filme procura apresentar. O filme assim procura legitimar a ainda atual ação invasora dos EUA no Oriente Médio, caracterizando os orientais a uma forma bestial e aproximando as características dos espartanos aos dos soldados norte-americanos.
   “Vacinados” podemos agora falar sobre a lenda dos 300, ela se baseia na atuação dos guerreiros espartanos no início das invasões persas a Grécia. Os militares de Esparta, obviamente em número maior que 300, mas sobrepostos em números pelos persas, protagonizaram uma defesa inicial contra a invasão persa, para que então as cidades-estado gregas conseguissem organizar seus exércitos e aderissem ao conflito junto aos espartanos e mais importante tivessem condições de organizar uma frota naval para sobrepor os persas (visto que a Grécia geograficamente trata-se de um conjunto de ilhas no Mar Egeu os conflitos marítimos tiveram importância decisiva). Voltando para o filme percebemos a vocação guerreira de Esparta, que ao lado de Atenas constituíam-se nas principais cidades-estado gregas. As duas tiveram origens comuns de povos indo-europeus (Jônios-Atenas/Dórios-Esparta) e suas sociedades se organizavam de forma parecida, dominadas por oligarquias (governo de poucos) e estabelecidas no sistema escravista.
   As pricipais cidades-estado gregas acabaram por se diferenciar Esparta, adotou uma vocação guerreira (vista no filme) em forma a manter o domínio e os privilégios de uma aristocracia/nobreza sobre um crescente número de escravos (inclusive através de massacres). Já Atenas, terminaria por desenvolver a democracia, visto que por sua vocação marítima desenvolveu uma classe mercantil, essa excluída do processo político foi sendo incorporada aos órgãos representativos das decisões da cidade-estado frente às pressões que fazia sobre a aristocracia/nobreza de Atenas, terminando por desenvolver a democracia para os cidadãos atenienses[3]. Mas deixando a “aula” de história de lado. Por último cabe concluir que podemos perceber que “300” nos serve muito mais para que criemos um olhar crítico sobre cinema e seus usos do que necessariamente como um assistente ao conteúdo da Grécia Antiga. Eu particularmente gosto de 300 (não muito viu) e de seus clichês hollywoodianos, eles inclusive renderam um filme paródia os “Espartalhões”, mas acho que já da para rir bastante com a rainha “biba”... ops rei Xerxes e algumas cenas não sangrentas do filme.

[1] A primeira ocorrerá em 1990, ainda na administração do presidente George Bush pai, na chamada Guerra do Golfo.
[2] Interesse nas reservas petrolíferas iraquianas e em movimentar a indústria de armamentos norte-americana, tão necessária a estrutura econômica dos EUA.
[3] Cidadão ateniense era apenas homem maior de 18 anos, filho de pai e mãe ateniense. Os estrangeiros (metecos) e os escravos, não eram considerados cidadãos. Também as mulheres e crianças ficavam à margem, consideradas como parte do corpo cívico da polis, sem gozar de direitos políticos (cidadania). Portanto, a comunidade da polis clássica, independentemente de como se dividiu internamente, ergueu-se sobre uma maioria excluída de participação política.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Questão para pensar as últimas aulas de Antiga Oriental

Observe mapa a seguir que apresenta a região da Crescente Fértil e leia as afirmativas abaixo.



I – Foi nessa região que surgiram as civilizações conhecidas como, do Oriente Próximo, onde o Estado se organizava a partir de um governo com bases religiosas.

II - A planície do Eufrates e do Tigre não constitui como o vale do Nilo, um longo oásis no meio do deserto. Ela tem fácil comunicação com outras terras povoadas desde tempos remotos. Por isso, a história da civilização mesopotâmica está marcada por uma série de invasões violentas e de migrações pacíficas que deram lugar a um contínuo entrecruzamento de povos e culturas.

III – O historiador Heródoto classificou a civilização egípcia, como uma “dádiva do Nilo”, em virtude das condições favoráveis que esse rio oferecia para o desenvolvimento do povo egípcio. 

Quais afirmações estão corretas:

(A) Apenas a I.
(B) I e II.
(C) II e III.
(D) I e III.
(E) Todas as afirmativas.











RESPOSTA: Alternativa "E"

domingo, 1 de abril de 2012

Dia dos Bobos e do Golpe

Foi numa madrugada, do último dia de março de 1964 (virada para o dia 1º de abril), que um duro golpe foi aplicado nos direitos dos brasileiros. Nesta data, iniciava-se o processo de deposição do presidente João Goulart (Jango), que culminou na tomada do poder pelos militares. Vale lembrar que ação dos militares, empetrada do espírito da Guerra Fria, não estava desvinculada de apoio civil. Afinal diversos setores da socieade demonstravam insatisfação com a proposta das Reformas de Base, defendida pelo então presidente. Os militares tinham um projeto de governo, concebido dentro da ESG (Escola Superior de Guerra), e resolveram colocá-lo em prática num momento de turbulência social. O próprio presidente acenava com mudanças importantes, através das Reformas de Base, mudanças como uma reforma agrária, dentre muitas outras propostas para mudar o panorâma social-econômico do país. Mas sem querer prever um futuro que não aconteceu, uma vez que as Reformas de Base caíram junto com o governo,  podemos dizer que elas dividiram a opinião pública, no Brasil, das vésperas do golpe. E assim levaram os militares a agir, afrontando a constituição e violando os direitos dos brasileiros. O "timing" dos militares golpistas era apoiado também pelo governo norte-americano, que ofereceu apoio logístico-militar no caso de uma guerra civil (Operação Brother Sam), mas essa não veio a ocorrer devido a ponderação de João Goulart, que não viu razão num conflito para tentar mante-lo no poder e que acabaria por colocar o país em polvorosa. De forma rápida então, os militares golpistas chegaram ao poder e de lá não saíriam tão cedo (1964-1985), para má sorte daqueles brasileiros que acreditavam em um processo democrático verdadeiro...

Existem diversos filmes tratando dessa temática, vou citar apenas três, os quais eu acredito pintam uma imagem interessante sobre esse período histórico tão triste da História do Brasil.

O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias: um filme sútil, a tortura e a perseguição aos que se opunham ao regime militar ficam subentendidos, já que a ação se passa sobre a ótica de um garoto que assiste o que se passa com o país e a sua família, em meio a Copa do Mundo de 1970.

O Que é Isso Companheiro: filme baseado nos relatos de Fernando Gabeira, conta mesmo com diversas adaptações ficcionais, a história do sequestro do embaixador dos EUA, no Brasil, Charles Burke Elbrick, em setembro de 1969, por integrantes dos grupos guerrilheiros de esquerda MR-8 e Ação Libertadora Nacional, que lutavam contra a ditadura militar.

Zuzu Angel: trata-se de um drama relatando o desespero de uma mãe em recobrar o corpo de seu filho, Stuart Jones, morto nos porões da ditadura. A estilista brasileira, Zuleika Angel Jones apelou a opinião pública e até as relações internacionais para enfrentar os tribunais "marcados" pelos militares e o filme retrata esta busca por justiça no Brasil da ditadura.

Na minha opinião o Brasil ainda perde feio para os hermanos em questão de cinema. Por isso também recomendo "A Culpa é do Fidel" e a "História Oficial", dois filmes que dizem muito sobre o que aconteceu com América Latina do período das ditaduras.