segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Rambo - O pior pesadelo dos soviéticos

   O filme "Rambo 3" faz parte de uma série ou, devido ao sucesso obtido, podemos falar até de uma saga do personagem fictício, o norte-americano John Rambo. Nos dois primeiros filmes, além das muitas cenas de ação e munições desperdiçadas, é visível algum tipo de crítica intrínseca à condição dos EUA na Guerra do Vietnã. Em "Rambo 1", critica-se o tratamento dado aos veteranos do combate quando retornam para casa. Enquanto em "Rambo 2", apesar de toda a vilania ser colocada nos personagens soviéticos (que, de acordo com esse filme, estariam presentes fisicamente na Indochina), a critica coloca-se na posição dos EUA em relação aos seus soldados tornados prisioneiros no Vietnã, o que, na falta de uma melhor ação ou negociação do governo norte-americano, leva Rambo à resgatá-los. Feito o comentário sobre os filmes anteriores, podemos dizer que "Rambo 3" não traz crítica alguma aos EUA, tratando-se exatamente de uma peça de propaganda norte-americana e anti-soviética sobre a Guerra Fria. A partir da análise do contexto histórico, fica fácil de perceber isso, tendo sido o filme lançado em 1988; muito próximo, portanto, ao colapso do sistema socialista soviético. Na época, era interessante apresentar para o mundo a posição da URSS na guerra com o Afeganistão. Logo, que maneira melhor de expor isso do que colocando o personagem de Rambo como o vitorioso do conflito?!
   John Rambo, a arma de destruição em massa, ajudando os afegãos.
   Tomando o filme por verdade, entenderíamos que foi John Rambo, com seu poderio comparado ao de uma arma de destruição em massa, que levou a URSS ao colapso e não a concorrência com o capitalismo e os próprios erros da política soviética. Assim, é interessante falar de Rambo 3 como um apontamento ao equivalente soviético da Guerra do Vietnã, ou seja, a Guerra do Afeganistão (1979-1989), que foi vencida não apenas por um homem, mas sim pelos mujahideen[1] afegãos, os quais contaram com o apoio técnico-militar dos norte-americanos, que investiram cerca de 1 bilhão de dólares em armas financiando o conflito (investimento que foi equiparado pelos sauditas, parceiros dos norte-americanos, que também temiam uma vitória soviética na região). Foi com esse apoio financeiro que os afegãos conseguiram vencer os soviéticos e, dessa maneira, aplicar um duro golpe na estratégia soviética para a Guerra Fria. Não podemos deixar de falar que caberia muito bem no filme que um dos personagens da milícia afegã, que luta ao lado de Rambo, fosse chamado de Osama Bin Laden, um dos líderes militares que expulsou os soviéticos com a ajuda dos armamentos fornecidos pelos EUA e, posteriormente, voltou-se contra os próprios norte-americanos. Se em 1988 (ano de produção do filme) o indestrutível soldado do Tio Sam ia até o Afeganistão para salvar o sofrido povo daquele país da tirania dos sanguinários soviéticos, o mesmo Rambo, pós 11 de setembro, estaria lá jogando bombas e mísseis sobre aquelas pessoas, exatamente como faziam os vilões comunistas. Assim, sobrou para Bin Laden e os afegãos, defender-se utilizando o antigo material bélico dos EUA, nesse conflito, que se estende desde 2001 com a invasão dos norte-americanos ao outrora aliado Afeganistão.
[1] Guerreiros santos mulçumanos
 

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Che - O Ícone

   O primeiro filme de 2009 sobre Ernesto Guevara, intitulado “Che – O Argentino”, não consegue vencer uma tarefa impossível: chamar a atenção como um produto de Che. Lembremos que o filme não ganhou grande destaque nas mídias e também não agradou muito os críticos. Apesar da grande atuação de Benício Del Toro vivendo o personagem principal e da boa produção do diretor Steven Soderbergh, o máximo que podemos dizer do filme é que se trata de uma boa representação da figura de Che e da Revolução Cubana com claras preocupações históricas. A questão é que o tamanho do ícone que se transformou a figura de Che é muito maior do que qualquer filme poderia ser. A recorrência da imagem de Che de boina é tão grande que o próprio pôster do filme teve de buscar ser mais original para se distanciar do ícone (vide imagem). Estamos acostumados a ver aquele rosto de Che em camisetas, bandeiras, bottoms, tatuado no braço do Maradona e até estampado em um biquíni na bunda da Gisele Bündchen, e sabemos que aquela imagem é sinônimo de esperança e das melhores virtudes do homem latino-americano, ou seja, o ícone Che estrapola qualquer filme feito sobre ele. Mas agora, tratando do que o filme pode ser. Essa é a primeira parte de dois filmes onde a ênfase fica no papel de Che durante a luta guerrilheira na Revolução Cubana (onde vemos desde o Che disparando bazucas até lavando a louça), sendo aqui que reside a grande qualidade do filme, visto que é fácil falar de guerrilha e escrever sobre uma, mas apresentar a guerrilha cubana é outra coisa e o filme cumpre esse papel muito bem. Assim, entendemos como menos de cem guerrilheiros que adentram a região montanhosa de Cuba, a Sierra Maestra (1957), conseguem derrubar a ditadura de Fulgêncio Batista do poder em Havana. No papel de espectador, seguindo as funções de Che na guerrilha, percebemos como os camponeses cubanos super-explorados pelos latifundiários e constantemente assolados pelo exército de Batista simpatizam e aderem à luta armada imposta pela guerrilha. O confronto constante dos revolucionários através de ataques e saques às tropas de Batista foram importantes, mas tão mais foi a preocupação em treinar e educar a população que aderia à Revolução.
    O papel de Che nessa guerrilha é enorme, indo de médico, professor e doutrinador até guerrilheiro , além de aparecer constantemente sabendo acatar as ordens que lhe são passadas por seus companheiros (não aparecendo como um herói que faz tudo sozinho e tem todas as idéias para tornar a revolução vitoriosa). Mas e o Fidel, hein, não aparece? Sim, ele entra na maioria das vezes em cenas de acordos das direções que a guerrilha irá tomar e acaba aparecendo, muitas vezes, apenas como um político e um conselheiro de sábias palavras ao Che. Por isso, exatamente, que o título do filme não é Fidel, cumprindo, assim, seu papel de personagem coadjuvante. Então, voltando ao Che, é interessante salientar que, além da guerrilha, o filme é intercalado com cenas em preto e branco em que Che (já vitorioso na Revolução Cubana), está nos EUA para discursar no congresso das Nações Unidas. Os protestos feitos contra Che e sua presença em solo norte-americano servem para entendermos a importância da Revolução Cubana e até seus efeitos sobre a posição imperialista do governo norte-americano. Após a vitória de Che e seus companheiros em 1959, a Revolução Cubana tornou-se um fantasma para os EUA, e assim os norte-americanos passaram a intervir diretamente na América Latina apoiando ditaduras militares e orquestrando golpes de Estado. Além disso, na Ásia, tentaram (sem êxito) subjugar a população do Vietnã. E é exatamente pela figura de Che representar a resistência a esse imperialismo ianque vigente, sobretudo na Guerra Fria, que aquela imagem tornou-se ícone da bravura e luta. Luta essa que aparece no filme, mas que não vai além como o ícone de Che faz...

terça-feira, 6 de novembro de 2012

A piada que ganhou a 2ª Guerra

   O grupo de comédia britânico Monty Python, fez muito sucesso, sobretudo, nos anos 70 e 80. Esses comediantes ficaram notórios, por seu senso de sarcasmo e tom jocoso, com que tratavam assuntos delicados do cotidiano dos ingleses e do mundo. Posso afirmar, que  não foi diferente, tratando-se de 2ª Guerra Mundial. Assim para desopilar um pouco, após o cansativo ENEM, e preparando para reta final do vestibular da UFRGS, recomendo que sigam o seguinte link para o youtube com o quadro - A Piada Mais Engraçada do Mundo: http://www.youtube.com/watch?v=AZgQinsClLQ
 
Vale lembrar que o grupo conquistou notoriedade mundial através dos filmes: "Em Busca do Cálice Sagrado" (1975), "A Vida de Brian" (1979), "O Sentido da Vida" (1983), entre outros, além de frequentes participações de seus membros nas mais diversas produções hollywoodianas.