O
Renascimento cultural, de origem citadina (em oposição a estagnação da vida
rural), ajudou a propagar novos valores pela Itália e, posteriormente, por toda
a Europa. Apesar de ser muito fácil simplificar o nosso estudo em caixinhas
mágicas ou em tabelas que explicam "tudo" que acontecia na época do
Renascimento, é mais interessante pensar que a obra dos renascentistas
propagava uma série de novas correntes de pensamentos, ou seja, maneiras novas
de encarar a realidade e o mundo que se apresentava para os europeus que se
deparavam com o Absolutismo, Mercantilismo, Reforma Protestante, tudo aquilo
que a História classifica como referências da Idade Moderna. No entanto, se
pararmos para pensar, houve uma série de situações na contramão da mudança
propagada pela cultura renascentista, basta fazer referência à Santa
Inquisição. Logo, cabe inferir que, apesar de todo o esforço dos renascentistas
em propagar mudanças na mentalidade européia da época, para muita gente, mas
muita mesmo, as "coisas" permaneceram iguais, ou seja, a tradição
manteve-se à frente da inovação. Assim, apresento aquela generalização (em
forma de tabela... hehehe) que os historiadores podem fazer sobre como se deu
um embate entre duas mentalidades: uma velha e tradicional e outra mais nova,
mas que buscava inspiração num passado já um tanto distante de gregos e
romanos. Alguns receberam bem a mudança, outros defenderam de forma ferrenha a
tradição. Cada um no seu quadrado e nós com a História...
Mentalidade
Medieval
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Mentalidade
Renascentista
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Ideias
ligadas ao domínio cultural da Igreja Católica da época.
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Muitos
intelectuais (filósofos, historiadores, cientistas, escritores, artistas) não
fazem parte da Igreja. Podem até ser católicos, mas não são membros do clero.
Sua obra está ligada à vida ativa e variada das cidades.
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Apenas uns
poucos padres e monges sabem ler e escrever livros, que são feitos à mão . A
cultura não é escrita.
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A invenção
da imprensa (Gutenberg, 1454) torna os livros mais baratos e populares.
Cresce o nº de pessoas alfabetizadas e se difunde a cultura escrita.
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Teocentrismo:
“Deus é o centro de tudo”. A vida cultural esta ligada ao cristianismo. As
obras de arte e os livros mais importantes tratam de temas religiosos, o
prédio mais destacado de uma cidade era igreja.
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Antropocentrismo:
“O ser humano no centro das atenções”. Valorização da vida terrena. Os
palácios dos reis e dos nobres podem ser tão grandiosos quanto as igrejas.
Além das cenas religiosas, os pinores retratam cenas de batalhas, de
trabalho, objetos e pessoas.
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A verdade
deve ser encontrada nas tradições da sociedade medieval, no que estava dito
na Bíblia, na auoridade da Igreja e dos autores antigos e consagrados
(Aristóteles, São Tomás de Aquino, etc.).
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A verdade
sobre a natureza deve ser obtida por meio da experiência e da observação,
guiadas pelo uso da razão.
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O ser
humano é visto com certo desprezo porque é um pecador. Por isso as pessoas
devem aceitar resignadamente o sofrimento: merecemos sofrer porque somos
pecadores.
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O homem é
a mais perfeita das criaturas de Deus (“feito à sua imagem e semelhança”),
capza de fazer coisas maravilhosas: máquinas, prédios, viagens de
descobertas, pinturas, estudos sobre a natureza...
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A vida
material é pouco importante. O que é precioso é a salvação da alma.
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O
renascentista continua cristão. Mas considera que a vida material terrena
também é muito importante.
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Tudo que
acontece na natureza deve ser explicado pela vontade direta de Deus.
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Os
fenômenos da natureza devem ser explicados pela própria natureza.
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As pessoas
devem se contentar com o mundo tal como ele é porque foi Deus que o fez
assim. A única grande mudança será o Apocalipse.
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O homem
pode e deve ser o criador, o aventureiro, o sonhador... Um homem múltiplo.
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Devemos
conhecer o mundo para admirar a obra de Deus e louvá-lo.
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Conhecer a
natureza para melhor domina-lá.
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A natureza
é fonte de pecado. Devemos ficar afastados dela para fugir das tentações.
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O homem
faz parte da natureza. Conhecer a natureza é também conhecer o próprio homem.
Daí o gosto dos artistas e dos homens de ciência pelo corpo humano.
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Visão de
mundo baseada na filosofia escolástica, especialmente nas ideias do grego
Aristóteles adaptadas ao cristianismo por Tomás de Aquino (Tomismo).
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Estudos
dos intelectuais humanistas. Criticam a filosofia escolástica e a cultura
medieval. Admiração pela Antiguidade Clássica (Grécia & Roma).
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A razão
(capacidade humana de pensar) deve estar subordinada à fé.
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Separação
entre fé e razão. A fé deve prevalecer no sentimento religioso, mas a razão
deve ter prioridade sobre a fé quando o assunto é o estudo da natureza.
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Sooor..Obrigada pelas dicas.. Após ler esse texto consegui diferenciar bem os dois períodos.. ;]
ResponderExcluirEstamos aqui para isso Lauana! hehehe
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