sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Recuo no Front



  Stanley Kubrick, diretor dos clássicos "2001 - Uma Odisséia No Espaço", "Laranja Mecânica" e "Nascido Para Matar", não ficou imune à censura francesa no início de sua carreira ao contar a história daqueles que se recusaram a lutar durante a 1ª Guerra Mundial. "Glória Feita de Sangue", de 1957, retratou o cruel destino dos soldados franceses que recuaram no campo de batalha ou que, simplesmente, não cumpriram "ordens suicidas" de seus oficiais superiores. Apesar da deserção militar ser normalmente associada aos russos, que após a Revolução Russa (1917) abandonaram o conflito assinando um armísticio com os alemães, o fenômeno da deserção foi bastante comum entre as tropas de todos os países envolvidos na guerra. Num campo de batalha tão duradouro, como fora o caso das trincheiras européias, era natural que os soldados desobedecessem ordens e fugissem dos combates e horrorres do conflito. Uma das poucas coisas que continuavam mantendo o moral das tropas era a irmandade entre os soldados; com o passar do tempo, no entanto, os batalhões tinham de se reconfigurar totalmente devido às suas perdas. Imagine um soldado, que foi sobrevivendo aos seguidos embates e, à medida que a guerra se prolongava, não encontrava mais seus antigos colegas ao seu lado, apenas novos recrutas e novas ordens de seus superiores. A guerra ia perdendo seu sentido até mesmo para as lideranças das nações envolvidas. Então, nada mais natural que o aumento das deserções no campo de batalha. As punições foram severas, a cadeia era o destino mais comum dos foragidos, mas, as vezes, o destino era pior...
 
Link para o YouTube, trecho (10min) do filme "Glória Feita de Sangue", com o julgamento e execução de soldados franceses acusados de deserção e covardia: http://www.youtube.com/watch?v=x-5a-gn80pQ
Kirk Douglas foi o "ator conhecido", que catapultou o projeto de Kubrick, "Glória Feita de Sangue", o qual fora, antes, recusado por quase todos os estúdios de hollywood.

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