Há dez anos sem publicar novos discos, os Racionais MC's retornam em grande estilo com o clipe "Mil Faces de Um Homem Leal", homenageando o guerrilheiro tombado pela ditadura, Carlos Marighella (1911-1969). A música centra-se no episódio de 1969 em que a ALN (Ação Libertadora Nacional) invadiu a Radio Nacional para transmitir uma mensagem revolucionária. Tal ato seria mais um dos muitos realizados por Marighella em nome da liberdade e em favor do Brasil, os quais logo ganhariam a alcunha de "atos subversivos" ou "terroristas" por parte das autoridades. Procura-se foi a palavra mais comum de se achar em prelúdio ao nome de Marighella ao longo de sua vida. Preso ínumeras vezes por sua atividade ligada ao PCB (Partido Comunista Brasileiro), ao qual se afiliou ainda em 1932, o militante passou boa parte da sua juventude organizando a esquerda brasileira por de trás das grades. Contudo, foi apenas depois do fim do Estado Novo Varguista, em 1945, e com a Anistia, que o PCB foi à legalidade, conseguindo Marighella ser eleito como um dos deputados constituintes mais votados da esquerda. No entanto, já em 1948, os parlamentares comunistas teriam seus mandatos cassados, fazendo com que Marighella voltasse à clandestinidade. As turbulências políticas que o Brasil viveu a partir de então culminariam no Golpe Militar de 1964.
No mesmo ano do golpe, Marighella foi localizado por agentes do DOPS (braço policial da Ditadura contra os movimentos sociais) num cinema do bairro da Tijuca, RJ. Lá, ele enfrentou os policiais que o cercavam através de socos e gritos de “Abaixo a ditadura” e “Viva a democracia”, recebendo um tiro, à queima-roupa, no peito. Descrevendo o episódio no livro “Por que resisti à prisão”, ele afirmaria: “Minha força vinha, mesmo, era da convicção política, da certeza (...) de que a liberdade não se defende senão resistindo”. Os militares soltariam-no 80 dias depois, após uma comoção nacional em torno do seu habeas-corpus, tendo sido verificada a violência usada em sua prisão. Livre, mas identificado como um dos principais alvos pelos militares, Marighella, crítico da linha moderada do PCB, rompe com o partido em 1967 e funda a ALN (Ação Libertadora Nacional), dando início à luta armada contra a Ditadura. Nesse período, ele escreve seu livro mais conhecido, "Manual da Guerrilha Urbana", projetando a sustentação da ALN através de ações armadas e reapropriações em nome da democracia. A resposta do Regime Militar ao crescimento da oposição, então, foi fechar o cerco sobre os revolucionários através do AI-5. O Ato Institucional nº5 deu poder de exceção aos governantes para punir arbitrariamente aqueles que fossem inimigos do regime ou como tal considerados. Assim, mesmo com um "grande alvo nas costas", Marighella continuou a lutar pelo fim da Ditadura, terminando, infelizmente, assassinado em emboscada (1969) pelos inimigos do povo brasileiro. Lembrado como um dos principais militantes da esquerda no Brasil, a memória de Carlos Marighella pode contar, agora, com mais essa homenagem.
Link para o YouTube de "Mil Faces de Um Homem Leal", clipe dos Racionais MC's: http://www.youtube.com/watch?v=ajrI1FldJ8E
No mesmo ano do golpe, Marighella foi localizado por agentes do DOPS (braço policial da Ditadura contra os movimentos sociais) num cinema do bairro da Tijuca, RJ. Lá, ele enfrentou os policiais que o cercavam através de socos e gritos de “Abaixo a ditadura” e “Viva a democracia”, recebendo um tiro, à queima-roupa, no peito. Descrevendo o episódio no livro “Por que resisti à prisão”, ele afirmaria: “Minha força vinha, mesmo, era da convicção política, da certeza (...) de que a liberdade não se defende senão resistindo”. Os militares soltariam-no 80 dias depois, após uma comoção nacional em torno do seu habeas-corpus, tendo sido verificada a violência usada em sua prisão. Livre, mas identificado como um dos principais alvos pelos militares, Marighella, crítico da linha moderada do PCB, rompe com o partido em 1967 e funda a ALN (Ação Libertadora Nacional), dando início à luta armada contra a Ditadura. Nesse período, ele escreve seu livro mais conhecido, "Manual da Guerrilha Urbana", projetando a sustentação da ALN através de ações armadas e reapropriações em nome da democracia. A resposta do Regime Militar ao crescimento da oposição, então, foi fechar o cerco sobre os revolucionários através do AI-5. O Ato Institucional nº5 deu poder de exceção aos governantes para punir arbitrariamente aqueles que fossem inimigos do regime ou como tal considerados. Assim, mesmo com um "grande alvo nas costas", Marighella continuou a lutar pelo fim da Ditadura, terminando, infelizmente, assassinado em emboscada (1969) pelos inimigos do povo brasileiro. Lembrado como um dos principais militantes da esquerda no Brasil, a memória de Carlos Marighella pode contar, agora, com mais essa homenagem.
Link para o YouTube de "Mil Faces de Um Homem Leal", clipe dos Racionais MC's: http://www.youtube.com/watch?v=ajrI1FldJ8E
Está muito bom, Guilherme!
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